meios

Setembro 27, 2006

olhar do arlindo: viver a vida é andar na estrada. andar a luz. andar no breu. o caminho à frente. você sabe onde ir? nada sabemos. nem onde chegamos. nem se chegaremos. a paisagem não é paisagem, ela passa ao lado da gente. tudo passa…e a vida nos prega uma peça e ficamos na mão sem saber. vivemos seguindo o caminho ou pare e espere morrer… 

 daqui vejo o que não quero e o que quero, sou apenas condutor de mim.vejo a moça ser tomada de assalto, sinto o cheiro da maresia e a brisa fresca afaga minha expressão. sigo. vejo agora o que já era. vejo a era das casas e os barracos de uma era. ando. Avisto placas, nomes, mentiras, fatos, você, crianças, trabalho e descaso. passam por mim problemas, estórias, fatos, a vida. abasteço e continuo. 

 

continuo seguindo. me guio  pelas luzes, as de dentro e as de fora. controlo a velocidade. rapidez pode me fazer errar. lentidão pode fazer com que eu não chegue. ponho a mão na direção. direção do meu destino. destino dos outros que vejo pela janela. buzino. quero que a vida me escute. acelero. freio. dou partida. sigo.

marcas da vida

Setembro 19, 2006

passei a semana pensando em marca. era tema de aula, acabou me marcando. aí fiquei pensando nas coisas que marcam. uma palavra no meio do silêncio da solidão; um sorriso aberto pra um coração fechado; um olhar profundo (pra quem não sai do raso por medo do mergulho); a pegada na mão no escurinho do cinema; ser madrinha, a “primeira vez”, quantas vezes forem; a única vez, as várias vezes. muita coisa marca, mas pra marcar mesmo tem que ter verdade. verdade de um segundo, verdade de um momento, verdade de uma vida. a verdade, é que a marca de verdade marca, marca de verdade.

o som de jackson vinha de uma agulha sony. o que sempre valeu por um bifinho? o filho do danone. a primeira liberdade foi uma caloi. o primeiro vício um deck akai. a vida passava naquela acolhedora belina e já se pedia nas farmácias, doril e neosaldina. a adolescência chegava. chegou pop. de all star. com relógio casio e mostrando manobras no pogobol. depois veio o tec, o toy, o gianini, a topper dentre tantas outras. veio de fiat, de volks, honda, peugeot sempre acompanhados de um pionner, é claro! chegou até aqui pra fazer lembrar que tudo que permanece marca e que são poucas as marcas que permanecem. ficam aquelas que marcam o começo de uma história, acompanham uma geração e junto com você envelhecem.

puxe | empurre

Setembro 15, 2006

olhar do arlindo: depois da porteira o mundo se modifica. as cores se misturam, pura metamorfose óptica.

meus olhos não fixam as cores, elas se misturam dentro de mim. tudo é fugaz, o mundo em céleres minutos. não vou pensar mais, apenas olhar. os olhos distantes percorrem caminhos, além da porteira eles são infinitos… 

 

abre a porteira desse mundo que aí dentro se esconde.abre as asas e voa pela vida como um pássaro em liberdade.destranca a fechadura que te enclausura.abre os olhos pro céu azul, recebe a chuva ou encara o sol.vive, vive em comunhão, derruba muros, cercas e constrói um mundo melhor.abre a porteira…

 

 

obrigado! não vou entrar. pode fazer frio e eu estou apenas de pijama.não! pode ser que seja terra de ninguém. talvez eu tenha chegado depois dos sem-terra. ai já viu né?sei lá, depois todas as almas negativas de uma vida estão a partir desta.imagina dá de cara com a torcida adversária? na última, dois partiram dessa aí pra outra.tudo que está preso tem seu motivo. quase tudo. pobres animais.além do mais, meus pais me ensinaram que devemos bater antes de entrar, mesmo que a porta esteja aberta. menino aplicado. se bem que pra tudo existe um caminho.toda porta origina um caminho, uma entrada, um atalho. o desvio. a cilada. a outras saídas.desta vez abrirei. abri. me encontrei lá. a poucos passos dela, avistei outra. abri. e abrindo tantas outras depois dela me descobri mais e mais. cheguei……a uma breve conclusão: porta é tudo igual. diferentes são as pessoas que as abrem.

Setembro 11, 2006

já foi. foi sem despedida, pois despedidas são tristes. foi de novo. de novo o mesmo sonho, a mesma vontade, mas não mais do mesmo jeito. pois uma vez que se volta, quando se vai, vai diferente. fracasso? não. falta de sorte talvez. injusta vida que separa a gente de quem a gente gosta. injusta saudade que ataca sem pedir licença que não cessa senão com a presença. e essa presença nem sempre se faz presente. já foi. mas um dia há de voltar, de novo, e pra ficar.

é eu sei. mas pense pelo lado bom: os reencontros são bem melhores. calma! se não foi do mesmo jeito, não foi o mesmo sonho, talvez a mesma vontade, pois a vontade é um instinto, pode ir e vir igual à daquele dia. concordo. destino. injusto é gostar tanto diante do destino. é uma batalha perdida. injusto é sentir saudade mesmo sabendo o que nos espera. injusta é a inércia de nossas ações diante do previsto. e a previsão nem sempre é a que previmos. é eu sei. já foi, não é mais. mas um dia há de ser novamente.

e você?

Setembro 5, 2006

eu também queria! eu também queria ter vontade pra saber quem eu sou e achar a verdade antes de enlouquecer, lógico!eu também queria o serviço público. teria mais 6h para realizar e sonhar por dia.eu também queria uma aposentadoria com direito a homilia, igual a dos meus avós.eu também queria conseguir achar a letra certa para aquela diferente, mas bonita melodia e no mesmo dia eu também queria que quando meus 30 chegassem, meu primeiro milhão estivesse na conta. e o melhor: sem ser político!eu também queria ir à praça todo dia, sem que fosse me tomado o meu chinelo e meus centavos.eu também queria ter tido aquela idéia que eu vi ontem no intervalo da novela. a das 20h é claro! Outros não me interessam. eu também queria ter viajado com vocês, mas ainda não foi dessa vez, que o meu chefe aumentou meu salário.eu também queria ver a paz reinar absoluta no meio de toda essa luta, mesmo sabendo que o mal vai sempre existir.buh! eu continuo querendo algumas coisas loucas. coisas que não se vêem todos os dias, mas muitas iguais a de vocês.acertei? 

 

 

eu também morro de vontade.eu também morro de vontade de descobrir quem sou, antes que a lucidez me encontre, lógico!eu também morro de vontade de ter o “salário” público. teria 2 horas para sonhar, 2 para realizar e 2 para fazer compras.eu também morro de vontade de ter uma aposentadoria com direito a homilia, bem diferente da do meu avô.eu também morro de vontade de achar a letra certa, seja lá pra o que for e no mesmo dia descobrir que meu primeiro milhão já está na minha conta, visto que já cheguei aos 30.eu também morro de vontade de ir à praia, sem que ninguém reparasse nos meus pneuzinhos nem nas minhas celulites.eu também morro de vontade de ter aquela idéia brilhante antes que ela passe no intervalo da novela. a das 20h, é claro! outras me interessam mas não tenho tempo pra assistir.ah…eu também morro de vontade de viajar com vocês, mas ainda não foi dessa vez que meus queridos chefes puderam aumentar o meu salário.eu também morro de vontade de ver a paz reinar absoluta no meio de toda essa luta, mesmo sabendo que o mal vai sempre existir.Bah!De que você morre de vontade?Algumas loucas fantasias, coisas que não se vêem todos os dias.Acertei, né? 

primeiro

Setembro 2, 2006

vende-se verso?

o verbo veio do verso que por sua vez no sentido inverso, descobriu a poesia. do verso vem o vide que do outro lado se divide completando o que é incerto.  se o vide verso não completar o verso, não evite a fantasia. use o visse do vide, escreva aqui e não duvide que a gente mistura e deixa certo.        

versos à venda

o verso sai do verbo descobrindo, em sentido reto, a poesia. vide e você tem o verso que do outro lado se completa dividindo o que é certo. se no verso vide já se completa o verso, evite a realidade. veja o uso do verso. não duvide do que é escrito aqui que quando tá errado a gente mistura pra dá certo.